terça-feira, 30 de novembro de 2010

Uma Viagem no Tempo Parte 3

A redução de São Miguel Arcanjo é a maior de todas as reduções jesuíticas. Além de imponente ela é de uma beleza incrível, que remete a qualquer um dentro de seu intimo a se questionar quão insanas foram aquelas guerras que dizimaram os índios eos padres daquela ordem.

Para se entrar e conhecer este sítio arqueológico é necessário pagar uma entrada no valor simbólico de R$5,00. Mas vamos colocar ordem neste capítulo.

No sábado após chegarmos das reduções menores (das quais já falei),nos arrumamos para o espetáculo Som e Luz,onde é contada a saga do povo Guarani. O interessante neste espetáculo é o aguçamento de nossos sentidos pois além de ser à noite, temos por referencia somente o som e as luzes, que em certos momentos ficam apagadas. Este espetáculo ao ar livre que nos emociona e em certos momentos nos revolta, tem a duração de aproximadamente uma hora e também tem o custo de R$ 5,00.
Depois de uma aula de história fomos jantar em uma pizzaria no centro da cidade. O interessante de se fazer refeições em cidades do interior é que come-se bem e paga-se pouco. Mas há um contra ponto,que é em algumas cidades, falta diversão para o pós janta, então a solução é voltar para o hotel.
O dia seguinte amanheceu frio porém lindo, aproveitamos para tirar algumas fotos na posada antes do check-out, afinal eramos turistas e não nos restava outra opção senão agirmos como tal.
Nosso próximo destino é a redução de Santo Angelo Custódio, atual cidade de Santo Angelo, onde podemos encontrar um museu a céu aberto. Logo após a queda das missões ante os exercitos espanhol e português,estabeleceu-se ali uma intendencia para a região, e as ruínas de parte da catedral e do restante da missão, foram escavados e ficam expostos protegidos por redoma de vidro. Outro ponto forte da visita é a praça onde se encontra a catedral, além de muito linda tem toda uma simbologia e uma ordem para se percorrer seu perímetro e seguindo-se a ordem corretamente termina-se em frente a imponente catedral,que foi totalmente restaurada, respeitando os traços da época. Do outro lado da rua, ou melhor,à esqueda da catedral é possível vivitarmos o museu municipal que tem um acervo muito interssante sobre a colonização da cidade.
De volta a estrada seguimos para nossa casa, com ligeira parada para o almoço na cidade de Coronel Barros. E novamente a estrada nos aguardava.
É um passeio que vale a pena ser feito, não se pode escrever todas as sensações, todas as supersas com a ignorância do ser humano,nem se pode transpor para cá toda a admiração com os feitos dos povos que aqui viveram a muitos anos.
Espero que tenham conseguido viajar no tempo, mas o bom mesmo é ir até lá e conferir.
A dica de hotel é: Pousada das Missões, que fica bem na divisa com o sítio arqueológico e suas diárias são bem acessíveis.
Outra dica é visitar ao menos uma benzedeira, que são famosas na região. Perto da Pousada há uma que é muito querida.
Amigos ,abraços e até a próxima postagem...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Uma viagem no Tempo - Parte 2







Após o merecido descanso e um café reforçado, colocamo-nos rumo a primeira visita do dia. O sítio arqueológico de São Nicolau. Nesta pequena e pitoresca cidade temos duas atrações. A primeira é o Sobrado dos Silva. Segundo a história neste lugar começou o Rio Grande do Sul civilizado. Após a queda dos 7 povos das missões, a região precisou ser colonizada e a família Silva foi uma das famílias que repovoaram a região. É uma construção feita em pedra, tipo sobrado, com um terraço e uma visão previligiada da região, tendo uma vista de 360 graus, bem situado em uma coxilha. A segunda atração são as ruínas da Missão Jesuítica. Esta fica em plena praça, não restou mais que uma parede e algumas pedras, nas posições onde se encontravam as casas dos padres e as oficinas. O caminho até a cidade é bem sinalizado, fica distante de São Miguel das Missões uns 50km.
Nossa segunda parada é no Sítio arqueológico de São Lourenço Mártir, este possui mais atrativos, e as ruínas são mais completas e conservadas. A entrada principal da igreja já não existe mais, mas as paredes laterais, nos dão noção do tamanho dela. Os sítios abrem às 09:00hs da manha e fecham às 17:00hs. Uma coisa interessante sobre esta parada é que há um cemitério dentro do perímetro que a redução Jesuítica compreende.
Saindo desta aula de história a céu aberto uma para estratégica no hotel para trocar os calçados, pois no fim de semana em que estávamos por lá, choveu o sábado todo, e o mais interessante é que toda vez que chegavámos em uma redução, a chuva estiava e conseguíamos fazer a visitação, entretanto, ao sair a chuva recomeçava, era como se Deus nos recompensasse pelo esforço de sair com aquele clima.
Nossa penúltima para antes do final do dia foi o sítio arqueológico de São João Batista, neste encontramos mais completas as informações. Neste lugar teve inicio a siderurgia no estado. As ruas, a igreja e outras dependências são bem demarcadas. O acesso é por uma estrada de chão batido que mesmo com chuva é bem estável para transitar. Fica distante de São Miguel das Missões apenas 18km, mas se você for pelo asfalto sua distância fica em 42 km.
Mas o ponto alto do dia fica por conta do espetáculo de Sons e Luzes, que acontece nas ruínas de São Miguel Arcanjo.A maior das reduções jesuíticas. Recomendo que se veja o espetáculo antes de visitar o sítio. Durante o espetáculo temos narrada a história dos índios e sua dizimação. A história é contada pela catedral e pela "Mãe terra" fazendo um ponto e um contra-ponto sobre os fatos ocorridos e evocam personagens da época para que estes contem todo o ocorrido. Após a aula de história sob um frio de congelar os ossos, uma pizza com um vinho estilo colonial, importado de Bento Gonçalves.
Depois de um dia desses, só resta o retorno ao hotel pois no dia seguinte a viagem no tempo continua.
Recomendo a todos esta viagem, fomos palco de uma parte da história que por muitos é desconhecida.
Bem por hoje ficamos por aqui, na próxima parte falarei sobre a redução de São Miguel Arcanjo e Santo Angelo Custódio.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Uma Viagem no Tempo, parte 1 A ida




Já passava das oito da noite quando saímos em direção a região das missões. Fora uma viagem planejada com meses de antecedência, e muito aguardada.
Para aquela região têem-se várias alternativas de caminhos a serem feitos, optei por um não mais curto porém mais interessante, uma vez que minha esposa não conhecia a região.
Pegando a BR 386 e seguindo por ela até o municipio de Tabaí, trocamos para a RS287, que liga Tabaí até a fronteira com a Argentina, passando por cidades como Santa Cruz, Santa Maria até São Borja. A estrada é bem pavimentada e o único incoveniente éa quantidade de pardais, localizados entre Tabaí e Mariante.
Como todo bom viajante fiz meus cálculos de tempo a ser gasto na empreitada, cálculos estes que nunca dão certo, pois calculamos o tempo de viagem e esquecemos de adicionar a esta conta os reveses encontrados nela, tais como paradas para se ir ao banheiro, que nunca se leva somente o tempo do banheiro, sempre se olha algo para comprar ( o mesmo vale para o cálculo do orçamento da viagem, nunca é o que se pensa). Mas desta vez me puxei neste quesito, como fui pela RS 287, esqueci da ponte que fora arrastada pelo rio Jacuí, há algum tempo atrás, tive que atravessar na balsa. O último horário da balsa é a meia-noite.Perto da ponte caída há uma entrada à direita, estrada de chão batido em meio a vegetação alta, árvores, plantação de arroz e em alguns trechos perto do próprio rio, sinalizada por pequenas placas indicando o local da travessia. Entramos na fila e em alguns minutos estávamos dentro da balsa que tem um nome bem sugestivo "Deusa do Jacuí".Para ajudar um vendaval que não dava para manter-se de olhos abertos tamanha poeira, entretanto vivemos nosso momento "Titanic" na já eterniada cena "...king of the world...". Mas e daí?! estávamos em viagem de passeio, posso dizer em Lua de mel, não havia pressa, a conversa era agradável, a companhia mais ainda, a noite estava linda, a reserva no hotel de São Miguel da Missões estava acertada, então tudo era felicidade.
Feita a travessia ingressamos novamente na estrada e nos colocamos em ritmo de viagem.Chegamos em Santa Maria pouco depois da meia noite, e após para estratégica para o banheiro, trocamos de estrada novamente, passando da RS 287 para a BR 158, subindo pela Garganta do Diabo, em direção à Julio de Castilhos e Cruz Alta, é bom advertir que depois de Santa Maria os postos de combustíveis fecham a noite, encontrando algum aberto somente perto de Cruz Alta.
Sempre digo que não é vergonha nenhuma ter um mapa dentro do carro, e tão pouco le-lo quando necessário, e foi o que aconteceu quando cheguei em Cru Alta. Passei o trevo que dá acesso à Ijuí, parando uns quilômetros mais adiante, resolvi olhar o mapa pois onde me encontrava era um entroncamento que dava acesso à Panambi, Passo Fundo e Carazinho. Olhando no mapa me localizei voltamos e seguimos pela estrada certa a RS 344, que diga-se de passagem corta um caminho e tanto. Seguimos por ela até a BR 285, sendo esta a última estrada a ser utilizada até o acesso a São Miguel das Missões,já passava das duas horas da manhã. Mas como disse antes a noite estava linda, o vento forte, minha amada dormindo e eu já estava escutando as rádios locais... às três horas e quarenta e cinco minutos acessei para São Miguel das Missões e às quatro horas da manhã chegamos em nosso quarto da pousada.
Hora de fazer check-in, arrumar as coisas , tomar um banho e cama, pois de manha já é hora do regresso no tempo da história...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Trabalhe Honestamente!

Quando comecei a trabalhar com transporte turístico, observava o modus operandi de outros colegas. Muitas coisas eu não aprovava, pois, achava desonesto com os clientes. Um exemplo é você vender um city tour em porto alegre durante a semana no horário de final de tarde. Quando fazem uma cotação deste tipo sempre pergunto qual o horário, se for em tempo hábil antes do horário do "rush" tudo bem, do contrário passo a vez. É desonesto com o cliente ao meu ver, pois congestionamento ele pode ver em sua cidade de origem, principalmente se ele for de uma capital, então ele não precisa vir a Porto Alegre para ver um. Acredito que se você for correto com as pessoas estas também o serão com você. E se fizeres coisas boas, coisas boas acontecerão com você.
Outro dia estava em casa, sem trabalho para aquele dia, quando o telefone tocou. era um amigo me perguntando sobre minha disponibilidade para aquela noite. o serviço era simples, só precisava falar inglês. Como tenho fluência neste idioma, não havia problema algum. Fechamos o serviço e para minha surpresa trabalharia diretamente com o pessoal do Aerosmith. Fiquei estacionado na Fiergs, atrás do palco, e pude escutar o show todo, só não consegui ver pois tinha ordens da agente da banda para não me afastar da van em hipótese alguma. Mas só em escutar a banda ao vivo já valeu. De souvenir ficaram um palheta do guitarrista e a credencial que usei na van para ter acesso ao estacionamento que havia atrás do palco.
Por isso digo e recomendo, façam coisas boas e tenham uma conduta correta que com certeza coisas maravilhosas acontecerão a você.
Por hoje é só até a próxima pessoal.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sou Busólogo... e daí?!

Desde que me conheço por gente, sou aficcionado por ônibus. Antigamente, bem não tão antigamente assim, não se tinha nenhum termo para designar uma pessoa com este tipo de gosto, hoje existe um termo bem clássico e chique que é "Busólogo".Quem era apaixonado por ônibus era motivo de chacota entre a turma de amigos, então quase sempre não se comentava. Mas quem gosta de ônibus não consegue viver muito tempo no anonimato... Sempre havia quem se encarregava de nos expor ao ridículo.
Muito timidamente comecei a tirar minhas primeiras fotos de ônibus, com uma máquina fotográfica Yashica MF3, usando filme de 36 poses. Primeiro mandava fazer o negativo depois revelava somente as fotos que ficavam boas. Fotografar ônibus articulado, por exemplo, era um problema, pois ou se tirava foto de uma certa distância, ou se pedia para o motorista dobrar um pouco a articulação para sair todo ele na foto, mas era legal...Com o advento da máquina fotográfica digital a história é outra, tudo ficou mais fácil.
Outro dia estava revendo as fotografias que tirei e os prospectos que ganhei de alguns modelos de ônibus, com os quais montei um mosaíco, e enquanto trabalhava relembrava quando determinado modelo estava na moda, e contava para meus filhos a história de cada um, bem como as empresas de ônibus da região que possuiam estes modelos. Como por exemplo o carro 322 da Vicasa, que primeiramente fora um monobloco Mercedes-Benz O364, depois foi substituído por um Torino Volvo, ficando com seu lugar e número na frota, comprado da empresa Sentinela de Porto Alegre. Bem como o primeiro ônibus que dirigi, um Nielson, modelo Diplomata 7 Quedas, com mecânica Mercedes-Benz O364 de motor traseiro.
Nos dias de hoje, os chamados Busólogos são organizados, possuem encontros a nível nacional, são respeitados pelas empresas de ônibus, pois preservam e contam a história dessas empresas.E, muitas sugestões dadas por busólogos são colocadas em prática e logram êxito. E não raras vezes,possuem acervo maior do que aquele encontrado em muitas empresas de ônibus.
Não tenho um acervo muito grande, se comparado com o de outros busólogos, mas tenho guardado na memória, cada modelo, cada ônibus que andei, que dirigi, cada sensação que causou em mim.

Bem hoje fico por aqui, outro dia escrevo mais sobre ser, busólogo, sobre ônibus e conto algumas histórias sobre o assunto.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Chegada...

Existem duas coisas que são uma verdadeira "coqueluche", como se dizia antigamente. Uma delas é o Twitter outra é o Blog, me rendi a esta última. Aqui pretendo falar sobre as viagens que faço, deixar minhas impressões e opiniões acerca dos mais variados assuntos.Espero que gostem das histórias e das fotos que aqui serão postadas. aproveitemos para fazer deste blog uma verdadeira Ágora Virtual. Sejam todos bem vindos!