quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Porto Alegre vista De lá Pra Cá

E aí pessoal, quem é vivo sempre aparece, assim diz o ditado. Desta vez o convite é para sabe saírmos da terra firme e aventurarmos pelas águas de um gigante. Hoje vamos passear pelas calmas águas do Lago Guaíba. Mas antes de nos atirarmos de cabeça nesta viagem onde a história é parte integrante e obrigatória, vamos conhecer um pouco sobre nosso anfitrião. O Lago Guaíba é por muitos anos protagonista de uma grande discussão sobre sua classificação. A força popular o chama de Rio, por algumas pessoas entenderem que é uma extensão do rio Jacuí, outros o chamam de lago, já ouvi guias dizerem que não é rio e sim lago porque tem forma de lago e não tem correnteza pra ser rio ,e por aí vai uma discussão que vem desde os tempos de Saint Hilare. Seu nome vem do Tupi-guarani sendo sua tradução mais literal (Gua=seio+í=água+be=em), podendo se dizer Pantano Profundo, porém o mais usado é "Baía de Todas as Águas, devido ao fato de receber as águas dos Rios Gravataí, Caí , Sinos e Jacuí, sendo este último responsável por 84% das águas que chegam até o Guaíba. Para encerrar esta parte vamos ver algumas curiosidades mais: Área:496km2, Comprimento Máximo: 476km, Largura 20km, profundidade média 2m sendo que no canal pode chegar até 5,18m (ou 17 pés). Seu volume de água é de 1,5km3, e quanto a contribuição de cada rio que compões o Delta fica assim distribuído: Sinos 7,5%, Caí 5,2% e Gravataí 2,7%. Já deu pra sentir que a dica de hoje é um passeio de barco pelo Guaíba. Então vamos lá. Partindo da Usina do Gasômetro em Porto Alegre temos algumas opções de empresas que operam passeios. Alguns já são conhecidos como o Noiva do Caí, o Porto Alegre 10 ou o Cisne Branco. Este último é conhecido pelos passeios noturnos com jantar e depois uma balada. Uma das festas é embalada por DJ da rádio Antena 1. Para quem quer uma opção de lazer com almoço no horário das 12:30 há o Barco Caribe que proporciona a oportunidade de almoçar durante a navegação. Nesta dica vou atentar no Barco Porto Alegre 10, pois vocês sabem que só indico aqui passeios que fiz e que sei que serão satisfatórios, afinal muitas pessoas já me disseram que utilizaram os posts que coloco aqui no blog como referência em seus passeios quer em família, quer com suas caras metades. Saímos do Caís da antiga Usina do Gasômetro por volta das 10:30hs, já na chegada fomos recepcionados pela simpática tripulação, que sorridente acolheu a cada um dos navegantes que ali chegavam. logo que a embarcação se colocou em movimento, uma guia de Turismo, devidamente credenciada, começou a explanar acerca das aves e também sobre a história do Delta do Jacuí, do qual o Guaíba faz parte. Seguimos em direção a travessia Regis Bitencourt (conhecida também como ponte do Guaíba), costeando as ilhas que ficam a beira do canal, tais como a Ilha Mauá, Ilha da Pintada, divisa de Porto Alegre e Eldorado, onde a Ilha pertence a Porto Alegre e o Continente a Eldorado do Sul. Passando também pela Colônia de Pescadores Z5 e por um estaleiro fundado em 1914. Logo nos deparamos também com as casas que ficam as margens do Lago, isto mesmo, aquelas que possuem lanchas nas garagens, grandes quintais, trapiches e cachorros e raça descansando ao sol da manha. Quando a guia nos chamou a atenção para o lado direito pois, estávamos passando também pela ilha da Maria Conga. Já me chamou a atenção e, após breve explicação da guia, aproveitei seu intervalo e fui questionar o porque do nome. Uma vez que também há uma entidade de Umbanda com este mesmo nome. E há uma certa correlação, pois a ilha é de posse, isso mesmo não escrevi errado não, uma Negra tomou posse da ilha. Lá ela acolhia escravos, autoridades e também vendia mantimentos e havia o que se pode chamar de diversão masculina. Havia também a questão das religiões de matizes afro, que encontravam lá um refúgio certo sua prática. O negros que lá viviam eram exímios construtores de barcos a vela e a remo, além de serem ótimos remadores. Por fim mesmo ela não sabendo ler nem escrever obteve o documento de posse da ilha. Em virtude da população negra que lá vivia a ilha também é conhecida como Ilha do Quilombo. Antes da travessia Régis Bitencourt, impulsionados por um motor Scania 113, a uma velocidade média de 7 nós, manobrando levemente para estibordo ingressamos no canal Maria Conga, já se aproximando do final do passeio podíamos vislumbrar a capital no horizonte. Última vista história a ilha da Pólvora, local onde os portugueses guardavam toda a munição e armamento de Porto Alegre. Esta Ilha foi utilizada até pouco tempo atrás, e por uma questão de conservação da munição e armas, transferiram tudo para São Jeronimo, uma vez que a umidade danificava o que lá estava armazenado. Agora deixo o resto para vocês descobrirem por conta própria. Mas antes vão alguns macetes. 1- chegue cedo pois estacionar no Gasômetro é meio demorado, para não dizer difícil. 2- o ingresso custa em média R$20,00 e e´adquirido na bilheteria que há as margens do Lago. 3- Carregue a bateria de seu celular ou de sua máquina pois não vai querer se arrepender em não clicar alguns momentos, 4- O passeio dura em média 1 hora. 5- Para quem não sabe muito bem como chegar no Gasômetro: Se sair de Cachoeirinha siga pela free-way até o centro, depois pela av. Mauá, e logo estará nela. Qualquer coisa é só focar o olhar em uma chaminé que tem mais de 100 metros de altura. E como de costume ficam algumas fotinhos do passeio.

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